Publicada em 4/10/2009
Cidade Presença de esgoto
Medição da água Altos índices de coliformes fecais no Ribeirão Preto interferem na vida aquática e também no espaço urbano
DANIELLE CASTRO. Gazeta de Ribeirãodanielle.castro@gazetaderibeirao.com. Apresença de esgoto no Ribeirão Preto, marcada pelos altos índices de coliformes fecais encontrados em todas as medições feitas pelas equipes do projeto Rede das Águas, tem interferido tanto na vida aquática, quanto no espaço urbano. A falta de peixes foi o segundo aspecto mais citado dentre as piores notas (o item foi relatado em três dos cinco pontos de monitoramento, todos dentro do perímetro da cidade), seguido pelo mau-cheiro (nos dois pontos mais urbanizados).
Os dados têm sido coletados mensalmente nos últimos sete meses, sendo que o índice de qualidade variou apenas entre aceitável e ruim (graduação inclui ótima, boa e, depois de ruim, péssima). Para Vinícius Madazio, geógrafo e educador da Fundação SOS Mata Atlântica, que promove o projeto Rede das Águas em parceria com a Coca-Cola, o resultado é preocupante. “Foi um inverno atípico, com muitas chuvas, o que dilui a concentração de poluentes. Se não fosse isso, o quadro estaria bem pior”, disse Madazio. Os grupos analisam 18 aspectos químicos e visuais. Quatro itens são descritivos e os demais recebem nota de 1 a 3 (quanto menor, pior).
A nascente, monitorada pela Escola Estadual Fernandes Campos Rosa, teve nota 1 para oito itens (transparência, coliformes, material sedimentável, lixo, larvas, oxigênio e fosfato). No distrito de Bonfim Paulista, a EE Francisco Cunha Junqueira percebeu uma melhora no ribeirão, apesar dos coliformes constantes. “Talvez porque estejamos mais perto da nascente e em condição menos intensa de relação com a cidade”, disse a professora Lucimari Valéria Baco, da Cunha Junqueira. Na entrada de Ribeirão, os alunos da EE Eugênia Vilhena deram 1 para transparência, coliformes, cheiro, peixes, sedimentos, fosfato, lixo, oxigênio e cheiro. A questão do cheiro também pesou na Escola Municipal Alfeu Gasparini, que acompanha um trecho na Via Norte. “Pudemos perceber com a ajuda dos kits da SOS que há matéria orgânica e que o esgoto ainda existe no Ribeirão”, disse a professora Rosimary dos Santos Ferreira, da Gasparini. André Luiz Colantonio, presidente da Associação Olhos D’Água, que monitora o último ponto, disse que tem encontrado sujeira, mas esperava um quadro pior.
Projeto acaba no fim do ano. A qualidade do Ribeirão Preto será monitorada pelas escolas e pela Associação Olhos D’Água até o final do ano. O projeto começou em fevereiro, com o treinamento dos grupos, e tem sido um jeito diferenciado de educar alunos e cidadãos em relação ao meio ambiente. “Tem sido um trabalho muito legal esse de as pessoas observarem o ribeirão e saberem o que está acontecendo nele”, afirmou André Colantonio, da Olhos D’Água. As alunas da EE Francisco da Cunha Junqueira Tayna Buosi, 14 anos, e Taís Danieli, 13, também aprovaram a participação. “A sensação é que podemos ajudar o meio ambiente de uma forma mais próxima”, disse Taís. Para a professora de geografia Lucimari Valéria Baco, que trabalha o tem com a turma de Taís e Tayná há dois anos, foi um projeto que complementou de modo significativo o aprendizado. (DC)Ribeirão Preto na escola
42 Quilômetros é a extensão da nascente do Ribeirão Preto ao Rio Pardo.
53% Do território de Ribeirão é atingido pela drenagem da bacia do ribeirão.
5 São os pontos do ribeirão Preto monitorados pelo Projeto das Águas.
SERVIÇOS dados de monitoramento podem ser acompanhados pelo site www.rededasaguas.org.br/
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